Santa Rosa - Carnaval - Clube Cultural

DA INFÂNCIA À JUVENTUDE
DA JUVENTUDE À MAIORIDADE

Nossa vida em priscas eras, como em qualquer cidade do interior, era preenchida por estudos, brincadeiras, jogos de bola, fazer as tarefas escolares e estudar quando tínhamos disposição.

Mas os domingos eram os dias especiais em que fugíamos da rotina. Assistíamos missa, passávamos no clube para partidinhas de futebol de botão. Almoço, normalmente melhorado, galinha, massa e salada de batata com maionese. Ah e não precisávamos tomar banho porque não corrêramos, não havíamos suado, nem estávamos sujos, pois não roláramos na nossa bendita terra. Depois do almoço matinê no cinema Odeon. Filmes, principalmente Faroeste, onde torcíamos pelo mocinho contra o bandido. E poderia ser diferente?

A sessão terminava e a gente já estava ávida, a espera do domingo seguinte, quando, por certo, o mocinho daria outra surra no bandido. Do cinema partíamos para as reuniões dançantes no clube Cultural.

Lá o Massulini já esperava com sua gaita a postos. Se chegasse antes, a Estela Cardoso sempre exibias suas virtudes de pianista na melodia do C’est si bon. Passávamos o chapéu, de mesa em mesa para arrecadarmos a gorjeta destinada ao acordeonista e eventuais outros músicos, quando esses se faziam presente.

Daí para os salões do carnaval foi um pulo. Primeiro o infantil onde, depois de nossa fase, a Solange e o Cirano Meneghel, irmãos da Xuxa sempre obtinham o primeiro premio, em lindas fantasias, desenhadas e criadas, ricamente, pela mãe deles Alda Meneghel.

Nosso primeiro registro fotográfico no infantil, já meio taludos, está aí onde se vêem:

Cada uma com seu séquito, a maioria dos súditos, servindo às três Rainhas:

Graças ao sucesso do nosso bloco nas matinês infantis e como o dos adultos estava meio devagar, foi conseguida com o Juiz de Direito, uma licença especial para que participássemos dos bailes da noite.

Já adultos continuávamos brincando ainda com alegria infantil, cheios de sonhos para que, na 4ª feira de cinzas o mundo nos sorrisse na retomada do caminho da vida que nos esperava.

Ah, minha irmã Águeda, mesmo sendo rainha, não sambou, não dançou, não pulou, não saracoteou, da 3ª para a 4ª feira, porque ai já era tempo de quaresma.